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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O que esperar dos processadores em 2012?

O processador ou CPU (do inglês Central Processing Unit, ou Unidade Central de Processamento) é uma parte indispensável de qualquer gadget moderno, seja ele um desktop, notebook, smartphone ou tablet. É ele quem “mói” números, lida com dados e distribui tarefas aos outros componentes, e é uma das peças-chave na hora de determinar a espessura de seu notebook ou a duração de bateria de seu smartphone.

A cada ano esses pedacinhos de silício ficam menores, mais poderosos e mais eficientes. E isso é uma boa notícia para os aficcionados por gadgets, já que como resultado os aparelhos se tornam mais rápidos, mais leves e ainda mais impressionantes. 2012 não será exceção, e nesse ano mostraremos o que esperar de empresas como a Intel, AMD e NVidia.

Além do Sandy Bridge

No mercado de processadores para desktops e notebooks há dois principais participantes: a Intel e a AMD. A Intel foi a que mais se destacou em 2011, trazendo ao mercado vários produtos populares e poderosos, e promete mostrar muito mais em 2012.

A empresa opera num ciclo bienal conhecido como “tic-toc”. Num “tic” a empresa introduz um novo processo de fabricação de seus componentes. Em 2010 a família de processadores “Clarkdale”, para desktops, reduziu a microarquitetura Nehalem a 32 nanômetros, resultando em melhor desempenho e economia de energia. Num “toc” a Intel introduz uma nova microarquitetura, e em 2011 tivemos os processadores Sandy Bridge, com desempenho superior à família Clarkdale, menor consumo de energia e um sistema gráfico integrado aprimorado.

Pois o próximo “tic” acontece em 2012, quando a Intel irá começar a produzir processadores baseados numa revisão da arquitetura Sandy Bridge em um processo de 22 nanômetros. Os novos chips, de codinome Ivy Bridge, novamente prometem ainda melhor desempenho e menor consumo de energia, assim como fizeram as duas gerações anteriores.

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Visão ampliada de um processador Intel "Ivy Bridge"

Menor é melhor

A maior parte da informação que temos sobre o Ivy Bridge vem do Intel Developer’s Forum realizado em 2011, além de uma ou outra apresentação interna em PowerPoint que “vazou” ao longo do ano. O principal ponto é a mudança no processo de produção, de 32 para 22 nanômetros, o que permite à Intel criar chips que consomem menos energia.

Em maio de 2011 a Intel apresentou a tecnologia de transistores Tri-Gate. Componentes básicos de todo processador, os novos transistores são menores, mais rápidos e consomem menos energia, e serão a chave para atingir as metas estabelecidas pela Intel para os novos chips.

Mas o que tudo isso significa para você? Simples: um processador Ivy Bridge terá desempenho similar a um da família Sandy Bridge com consumo de energia menor, ou desempenho superior com o mesmo consumo. Isso significa que veremos notebooks com melhor autonomia de bateria mas sem sacrificar o desempenho, bem como desktops ainda mais rápidos, mas que sem te assustar com a conta de luz.

Por debaixo dos panos

A Intel ainda não forneceu detalhes de como será sua primeira linha de produtos Ivy Bridge, mas informações obtidas pelo site Xbit Labs jogam alguma luz sobre a nomenclatura que será usada nos chips: eles provavelmente seguirão a nomenclatura atual da família Core, pertencendo à linha 3000 (modelos Sandy Bridge fazem parte da linha 2000).

A Intel tradicionalmente divide a família Core em três segmentos: Core i3 no “low-end”, Core i5 no meio do caminho, para o mercado de massa e Core i7 para o “topo de linha”, profissionais e entusiastas. Além dessa designação há um número de modelo, e talvez um sufixo após ele: um “K” indica um processador “desbloqueado” para overclock, “S” para modelos “otimizados para desempenho”” e “T” para modelos “otimizados para menor consumo de energia”. As variantes S e T geralmente só estão disponíveis aos fabricantes (OEMs), espere vê-las em desktops e notebooks nas lojas. Seguindo essa lógica, um processador Ivy Bridge topo de linha e desbloqueado poderia se chamar Intel Core i7-3770K.

Também sabemos que o Ivy Brdige será compatível com o soquete LGA 1155, o que é uma ótima notícia para quem já tem um desktop com processador Sandy Bridge, já que significa que será possível um upgrade sem a troca da placa-mãe. E se você acabou de gastar algumas centenas de dólares em um micro com um processador Intel Sandy Bridge Extreme Edition, não se preocupe: representantes da Intel me disseram que o Ivy Bridge Extreme Edition irá usar o mesmo soquete LGA 2011 de seu antecessor, então você também poderá fazer um upgrade.

Outras melhorias notáveis nos chips Ivy Bridge incluem um processador gráfico, integrado à CPU, aprimorado e compatível com a tecnologia DirectX 11. Ainda não temos muitos detalhes, mas a cada iteração da microarquitetura, os processadores gráficos da Intel ficam melhores. Os Ivy Bridge também terão suporte nativo a tecnologias como USB 3.0 e Thunderbolt, e esperamos que isso resulte em maior adoção destas tecnologias em desktops e notebooks de vários fabricantes.

Ainda não sabemos quando os primeiros processadores Ivy Bridge (e produtos equipados com eles) irão chegar, mas espere ver alguma coisa no mercado na segunda metade de 2012. Certamente teremos mais informações ainda neste mês de Janeiro: a Intel deve divulgar detalhes durante a CES, que acontece entre 10 e 13 de Janeiro em Las Vegas, EUA. Estaremos lá para conferir em primeira mão.

Além do Bulldozer

E quando à AMD? A empresa está focada em suas APUs (Accelerated Processing Units, em inglês, algo como “Unidade de Processamento Acelerado”) Fusion, que combinam um processador e uma GPU dedicada em um só chip. Mas ela terá muito trabalho pela frente neste ano.

Em outubro a AMD revelou a sua tão aguardada arquitetura Bulldozer (algo como “escavadeira”), que infelizmente desapontou no lançamento. Meus próprios testes mostraram que mesmo a melhor tecnologia da AMD não conseguiu superar sequer os produtos “medianos” na linha da Intel.

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Visão ampliada de um processador AMD "Bulldozer"

A sucessora da Bulldozer será a Piledriver (algo como “bate-estacas”), uma versão aprimorada da arquiterura atual. Ainda não há muitos detalhes sobre ela, embora haja um excesso de codinomes para produtos nas linhas desktop e notebook, mas sabemos que a AMD irá focar no aumento da performance por watt e integrar GPUs mais poderosas.

Processadores baseados na Piledriver ainda serão produzidos em um processo de 32 nm, o que coloca a AMD em desvantagem quando comparada ao processo de 22 nm usado na arquitetura Ivy Bridge da Intel.

Não esperamos ver muita coisa sobre a Piledriver até meados de 2012. Afinal, os primeiros processadores Bulldozer só sairam há alguns meses.

Chips “de bolso”

Eu estaria sendo omisso se discutisse processadores sem falar dos dispositivos móveis. Os tablets e smartphones são os gadgets da vez, e embora os consumidores possam estar um pouco mais preocupados com a aparência e apps do que com o hardware de seus aparelhos, há bastante coisa em jogo nesse mercado.

Parece que foi ontem que estávamos nos perguntando o que fazer com um processador de dois núcleos em um smartphone. Mas em 2012 os processadores quad-core irão dominar o mercado, com fabricantes como a Nvidia e a Qualcomm na liderança.

O Nvidia Tegra 3 é o primeiro processador quad-core para tablets e smartphones a chegar ao mercado, e o mais novo produto na linha de “sistemas em um chip” (SoC) da Nvidia. Ele consiste em quatro processadores ARM Cortex A9, além de um quinto processador auxiliar para tarefas que não exigem muito desempenho e uma GPU GeForce de 12 núcleos para a parte gráfica. Espere ver um montão de tablets, e alguns smartphones, usando este chip, à medida em que os fabricantes empilham recursos em seus aparelhos numa tentativa de vencer uma infinita disputa para ver quem é o “melhor”.

A Qualcomm irá lançar processadores Snapdragon S4 a tempo da temporada de compras no final de 2012, e estes chips serão capazes de rodar o Windows 8. O S4 será construído em um processo de 28 nanômetros, contra os 45 nanômetros usados nos atuais processadores da linha S3. Com isso, espere melhor desempenho e menor consumo de energia, como de costume

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